Cálculo Preciso da Pegada de Carbono em Rotas Logísticas: Desafios e Soluções

Cálculo Preciso da Pegada de Carbono em Rotas Logísticas

A redução das emissões de gases de efeito estufa tornou-se uma prioridade global, e a logística desempenha um papel central neste desafio. Os transportes rodoviários, aéreos, marítimos e ferroviários são responsáveis por uma parcela significativa das emissões de CO₂. Neste cenário, calcular a pegada de carbono em rotas logísticas deixou de ser uma prática opcional e tornou-se uma exigência para as empresas comprometidas com metas de sustentabilidade e conformidade regulatória.
No entanto, apesar da urgência do tema, medir com precisão a pegada de carbono ainda é um grande desafio. Neste artigo exploramos os principais obstáculos e apresentamos soluções práticas para o futuro da logística sustentável.

Medir a pegada de carbono na logística é crucial?

A nossa resposta é sim.
A pegada de carbono logística corresponde ao total de emissões de CO₂ equivalente (CO₂e) geradas pelo transporte e armazenamento de mercadorias. Medir esses números com rigor é essencial para:
• Cumprir as exigências regulatórias como as diretrizes da União Europeia (Fit for 55) e legislações nacionais que já exigem relatórios de emissões.
• Responder à pressão dos consumidores, cada vez mais atentos às práticas ESG das empresas.
• Reduzir os custos operacionais, as rotas otimizadas reduzem tanto as emissões de CO₂, quanto o consumo de combustível.
• Competir no mercado, pois empresas que monitorizam a sua pegada de carbono têm vantagem em parcerias internacionais.

Os principais desafios no cálculo da pegada de carbono

Embora seja fundamental, medir a pegada de carbono em rotas logísticas envolve diversas barreiras:
. A complexidade das cadeias logísticas – As rotas logísticas envolvem múltiplos modais e players. Um simples embarque pode passar por camiões, navios e comboios, cada um com fatores de emissão distintos. Consolidar esses dados em todas as rotas é complexo.
. Os fatores de emissão desatualizados – Muitos cálculos ainda usam tabelas genéricas ou médias globais, que não refletem a realidade local ou a tecnologia do veículo utilizado. Isso gera resultados imprecisos.
. A falta de padronização – Não existe um padrão universal aceite para medir as emissões logísticas. Enquanto alguns utilizam protocolos do GHG Protocol, outros recorrem a metodologias próprias, o que dificulta comparações.
. A disponibilidade e qualidade dos dados – Nem todas as transportadoras ou operadores conseguem fornecer informações detalhadas sobre o consumo de combustível, tipo de frota ou eficiência energética. A ausência de dados confiáveis compromete a precisão.
. A integração com sistemas de gestão – Muitas empresas ainda calculam as suas emissões manualmente, sem integração entre TMS (Transportation Management Systems), ERP e ferramentas de cálculo de carbono. Isso gera retrabalho e inconsistências.

Soluções para um cálculo mais preciso

Apesar dos obstáculos, várias soluções já vêm sendo adotadas para garantir maior precisão na medição da pegada de carbono em rotas logísticas:

  1. O uso de tecnologias IoT e telemetria
    Sensores embarcados em camiões e navios permitem monitorizar em tempo real o consumo de combustível, velocidade média e paragens. Estes dados alimentam algoritmos que calculam emissões de forma otimizada.
  2. As plataformas especializadas em gestão de carbono
    Softwares como EcoTransIT, Searoutes ou Carboncare oferecem metodologias validadas e atualizadas, permitindo calcular emissões por modal, rota e tipo de veículo.
  3. A adoção de fatores de emissão certificados
    Utilizar bases reconhecidas, como o DEFRA (UK Department for Environment, Food & Rural Affairs) ou as diretrizes da Agência Europeia do Ambiente, garante maior confiabilidade no cálculo.
  4. A integração com sistemas de gestão logística
    A integração entre TMS, WMS e softwares de cálculo de carbono automatiza processos, reduz erros humanos e gera relatórios consolidados.
  5. As rotas otimizadas por inteligência artificial
    O uso de algoritmos de IA permite identificar rotas mais eficientes, reduzir quilómetros e, consequentemente, a pegada de carbono.

Benefícios práticos de um cálculo preciso

Implementar estas soluções não apenas dá resposta às exigências regulatórias e de mercado, mas também traz benefícios tangíveis:
• Redução de custos operacionais: menos combustível, menos manutenção.
• Reputação corporativa fortalecida, com maior confiança de investidores e clientes.
• Acesso facilitado a financiamentos verdes, que exigem comprovação de métricas sustentáveis.
• Maior resiliência regulatória, já que a empresa estará mais preparada para legislações futuras mais rigorosas.

Conclusão

O cálculo preciso da pegada de carbono em rotas logísticas é um desafio, mas também uma oportunidade estratégica.
Ao adotar tecnologias de monitorização em tempo real, metodologias padronizadas e integração de sistemas, as empresas podem transformar a sustentabilidade num diferencial competitivo.
Num futuro próximo, a medição de emissões não será apenas um requisito de conformidade, mas um pilar central de eficiência e inovação logística. As empresas que se anteciparem e investirem nessa prática estarão melhor posicionadas para competir num mercado cada vez mais exigente e sustentável.

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