O impacto das Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) na Logística Urbana: desafios e oportunidades

ZER

À medida que as cidades europeias — e cada vez mais também as portuguesas — implementam Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) para combater as alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar, os operadores logísticos enfrentam novos desafios operacionais. No entanto, este novo paradigma urbano também abre portas a soluções inovadoras, mais sustentáveis e eficientes.
Neste artigo, exploramos como as ZER estão a transformar a logística urbana, quais os impactos diretos para os operadores e que estratégias podem ser adotadas para garantir competitividade e conformidade ambiental.

O que são as Zonas de Emissões Reduzidas?

As Zonas de Emissões Reduzidas (Zero Emission Zones, ou ZEZ) são áreas delimitadas, normalmente em centros urbanos, onde a circulação de veículos poluentes é restrita ou proibida. Estas zonas fazem parte de políticas climáticas que visam atingir metas de neutralidade carbónica, promover a mobilidade elétrica e melhorar a saúde pública.
Cidades como Lisboa, Porto, Madrid, Paris e Londres já avançaram com medidas concretas neste sentido. Em Portugal, o novo Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS, ou SUMP – Sustainable Urban Mobility Plan) prevê a implementação das ZER em diversas localidades até 2030.

Impactos diretos para os operadores logísticos

Restrições de acesso
. Veículos a diesel ou gasolina podem ser proibidos de circular em determinadas horas ou zonas.
. Isto obriga à renovação das frotas e à reconfiguração de horários de entrega.
Aumento dos custos operacionais
. A aquisição de veículos elétricos ou movidos a energias alternativas representa um investimento significativo.
. Custos adicionais também surgem com a gestão de cargas fora do horário comercial e a necessidade de microhubs logísticos.
Alterações na cadeia de distribuição
. As entregas last mile (última milha) tornam-se mais complexas e exigem maior planeamento, especialmente em centros históricos ou zonas pedonais.

Estratégias de adaptação às ZER

Frotas sustentáveis e modulares – Investir em veículos elétricos, bicicletas de carga e soluções intermodais pode não só permitir o acesso às ZER, como também reduzir custos operacionais a médio prazo.
Microhubs logísticos urbanos – Estes pequenos armazéns localizados dentro ou perto das ZER permitem consolidar entregas e utilizar veículos leves para o last mile. Além disso, reduzem o tráfego e melhoram a eficiência das rotas.
Parcerias locais – Trabalhar com operadores de menor escala ou plataformas colaborativas pode facilitar a distribuição em zonas de difícil acesso, mantendo níveis elevados de serviço.
Digitalização e otimização de rotas – Ferramentas de gestão de frota com georreferenciação e análise de tráfego em tempo real ajudam a maximizar a eficiência nas entregas em ambientes urbanos restritos.

Oportunidades além do cumprimento legal

Apesar dos desafios iniciais, as ZER representam uma grande oportunidade estratégica:
. Diferenciação de mercado: Clientes B2B e B2C valorizam empresas comprometidas com a sustentabilidade.
. Redução de emissões: Um fator cada vez mais relevante em concursos públicos e certificações ambientais.
. Acesso preferencial a zonas urbanas: Em muitos casos, operadores com frotas verdes terão acesso exclusivo ou preferencial a certas áreas.
. Incentivos e apoios: Existem linhas de financiamento (nacionais e europeias) para modernização de frotas e criação de infraestruturas logísticas sustentáveis.

O futuro da logística urbana é verde

Os operadores logísticos que anteciparem as mudanças impostas pelas ZER estarão melhor preparados para liderar num cenário cada vez mais regulado e ambientalmente consciente. A adoção de soluções sustentáveis, o investimento em inovação e a capacidade de adaptação serão determinantes para manter a competitividade e o crescimento a longo prazo.

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