O Porto de Sines, localizado no distrito de Setúbal, é o terceiro mais eficiente na Europa e o 30º de uma lista 370 portos de todo o mundo. A conclusão é de um relatório do Banco Mundial e da consultora S&P Global, intitulado “The Container Port Performance Index 2021”.
O relatório baseia-se na atividade das docas no 2º semestre de 2021 e aponta o porto espanhol de Algeciras (Cádis) como mais eficiente na Europa, mantendo a posição desde o primeiro relatório, referente a 2020.
Em nota à imprensa, a administração do Porto de Sines sublinhou que “este indicador tem em conta o tempo dos navios em porto, desde a entrada até ao fim das operações, revelando a performance de vários stakeholders, desde os serviços de controlo de tráfego e pilotagem, reboque e amarração, o despacho pelas várias autoridades, abastecimentos e as operações de carga e descarga dos contentores garantidas pelo concessionário”.
Quais são os planos futuros para esta estrutura? E qual a performance dos restantes portos portugueses?
Porto de Sines é também o 19.º maior porto da União Europeia
O critério para o ranking publicado pela revista “Transportes XXI” é a tonelagem de carga movimentada em todos os terminais. Neste o Porto de Sines escalou 1 lugar, depois de em 2021 ter registado um dos maiores crescimentos anuais entre os portos da União Europeia. Nesse ano, Sines movimentou mais de 46 milhões de toneladas, o que representou uma subida de 10% face ao ano anterior.
Porto de Sines beneficia de expansão: obras concluídas em 2028
Esta infraestrutura portuária está a beneficiar de obras de expansão do Terminal XXI, um investimento calculado em mais de 300 milhões de euros. A previsão avançada em julho de 2022 é de que estas obras deverão estar concluídas em 2028.
A expansão de terminal de contentores iniciou em janeiro de 2021 concretiza-se na construção de 204 metros de cais. A Administração, citada pela imprensa, revelou que esta intervenção ”cria condições para a operação, em simultâneo, de três porta-contentores com comprimento até 330 metros cada, numa frente de cais de 1150 metros”.
Após concluídas as obras, o Terminal XXI vai usufruir de uma frente de cais de 1750 metros, 19 pórticos de cais e 60 hectares de terraplenos.
Portos portugueses fintam o congestionamento sentido a nível mundial
A eficiência do porto de Sines e outras infraestruturas portuguesas tem permitido fintar a crise sentida na atividade portuária um pouco por todo o mundo. O secretário-geral da associação Fórum Oceano, Ruben Eiras, citado no Expresso, entende que para a integração da tecnologia nos vários processos foi crucial para este feito: “os portos portugueses são pioneiros na janela única portuária, evoluiu para a janela única logística, onde se faz a integração digital de toda a informação da cadeia logística”.
Na base do congestionamento está ainda a pandemia de Covid-19 e, no que respeita a Portugal, a realidade acabou por ser menos crítica graças à elevada taxa de vacinação e boa gestão da pandemia, apontou o diretor da Maersk nos países do Sudoeste da Europa, entre os quais Portugal, Diego Perdones, na mesma publicação.
O novo contexto de guerra veio também reforçar a importância dos portos portugueses, e o de Sines em particular, por causa da crise no gás natural. Portugal e Espanha são vistos como portas de entradas alternativas para a Europa de gás natural liquefeito. O porto de águas profundas de Sines é parte crucial da solução e estão depositadas muitas expectativas no esforço de aumento de capacidade de remessas de gás.
Os portos portugueses têm-se vindo a destacar cada vez mais no panorama europeu e mundial e toda a cadeia logística acaba por beneficiar dos investimentos e melhorias feitos nestas infraestruturas.
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Referências bibliográficas:
World Bank ,The Container Port PERFORMANCE INDEX 2021, 2022. Acedido em 28 de Julho de 2022.
MOB Magazine, Porto de Sines é o terceiro mais eficiente na Europa, 2022. Acedido em 28 de Julho de 2022.
Expresso, Com vários portos europeus, asiáticos e americanos congestionados, os portugueses continuam a fluir. Porquê?, 2022. Acedido em 29 de Julho de 2022.
RR, “Espero que não seja necessário impor metas obrigatórias” no gás, 2022. Acedido em 30 de Julho de 2022
