Escassez de mão de obra: 3 considerações a ter na logística
A escassez de mão de obra é um problema transversal a várias áreas da economia. A logística não é exceção. Em Portugal, a contratação no setor é um desafio, à semelhança de outros países. Supply Chain Manager, Diretor de Operações Logísticas, Responsável de Transportes, Responsável de Logística E-commerce, Supply & Demand Planner e gestores de procurement são alguns dos perfis mais procurados. Como solucionar esta questão? Que estratégias podem as empresas adotar no curto e médio prazo para voltar a conseguir contratar? Neste artigo apresentamos três considerações que podem ajudar a chegar a algumas respostas.
Adaptação dos processos de recrutamento
Os modelos de recrutamento variam naturalmente consoante as empresas e os cargos. Mas nas várias etapas, é possível remover potenciais barreiras aos candidatos. Por exemplo: na primeira fase, divulgar todos os detalhes da vaga de forma transparente e inequívoca. Ou na fase de entrevista, promover uma visita ao local de trabalho.
Estas práticas não só permitem uma identificação maior entre candidato e empresa, como promovem um maior envolvimento desde o início do processo de recrutamento.
Novas políticas de Recursos Humanos face à escassez de mão de obra
Graças às mudanças impostas pela pandemia, mas também impulsionadas pela escassez de mão de obra generalizada, as novas políticas de recursos humanos estão a tornar-se cada vez mais comuns. No entanto, ainda são um fator diferenciador para as empresas que as praticam. Falamos de novas dinâmicas como:
- Horários flexíveis de trabalho;
- Horários reduzidos;
- Orientação por objetivos;
- Atribuição de benefícios extra salário;
- Formação contínua e além daquela que é obrigatória por lei;
- Realização frequente de atividades de team building, culturais e desportivas que promovam o bem-estar dos trabalhadores.
O bem-estar físico e mental do funcionário é inclusive razão para pedidos de demissão. 50% dos trabalhadores da geração Y (nascidos entre 1981 e 1996) e 75% da geração Z deixaram o emprego por motivos de saúde mental.
O conceito de emprego para a vida deixou de existir e o que move os colaboradores hoje em dia vai muito além da recompensa financeira.
Colaboração com a tecnologia deve ser clara
A relação entre humano e tecnologia tem vindo a alterar-se nos últimos anos. A tecnologia tem ganho cada vez mais importância no setor. E apesar da maioria dos trabalhadores considerar que esta tem sido útil para a sua carreira, o estudo “Future of Work in Logistics”, da DHL, revela que mais de 50% dos trabalhadores do setor logístico ainda entendem a inteligência artificial e a automação como uma possível ameaça. Por essa razão, para colaboradores atuais e futuros colaboradores, as empresas devem esclarecer o papel da tecnologia nas dinâmicas de trabalho e as expectativas de colaboração. Só assim, com uma comunicação clara e transparente, é possível dissipar qualquer desconforto que esta questão possa trazer ao ambiente da organização.
Por outro lado, 1 em cada 5 jovens já deixou um emprego “porque o empregador não forneceu a tecnologia necessária para o desenvolvimento do seu trabalho” ou 80% dos membros da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012, nativos digitais) em todo o mundo querem trabalhar com tecnologia de ponta.
Atualmente, a fuga de cérebros e a contínua perda de funcionários mais velhos com experiência e know-how de décadas para a reforma são, a par com a dificuldade de contratação, um dos principais desafios das empresas de logística.
A pressão sobre o setor de logística acontece em várias frentes: novas expectativas em torno da sustentabilidade, diversidade e inclusão, bem-estar dos funcionários e ambientes tecnológicos avançados, escassez de mão de obra e de vários materiais. A APOL apresenta como solução a colaboração entre empresas do setor. Beneficie da partilha de conhecimento junto dos associados da APOL. Torne-se também num associado!
Referências bibliográficas:
Supply Chain Brain, Supply Chain Labor Shortage: Three Myths, and Three Must Do’s, 2022. Acedido em 26 de Maio de 2022.
DHL, Future of Work, 2022. Acedido em 26 de Maio de 2022.
ECO, O Futuro do Trabalho na Logística, 2022. Acedido em 26 de Maio de 2022.
Business Insider, 50% of millennials have left a job for mental-health reasons, a new study found, 2019. Acedido em 26 de Maio de 2022.Zapier, Misunderstood generations: what Millennials and Gen Z actually think about work, 2020. Acedido em 26 de Maio de 2022.
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