O papel do procurement na logística

O procurement é otimização. Mais do que negociação e mais do que mera aquisição, procurement é um processo que permite otimizar os processos de compras continuamente. E à medida que as atividades logísticas se tornam mais complexas e automatizadas, este conceito ganha mais relevância no dia a dia das empresas. 

Neste artigo vamos explorar as diferenças entre procurement e outros termos comummente associados e compreender a evolução que esta prática está a ter no universo digital. 

Procurement, compras ou sourcing?

Os conceitos de procurement, compras e sourcing estão estreitamente relacionados. De um ponto de vista operacional, o primeiro é mais amplo e abrange os dois últimos. 

Enquanto o processo de compra refere-se especificamente à aquisição, receção e pagamento de abastecimentos, as tarefas de sourcing representam um conjunto de operações relacionadas com a procura de novos fornecedores, a seleção de melhores preços ou de produtos com melhor qualidade.   

Com um papel mais global, os profissionais de procurement dedicam-se a: 

  • Recolher cotação e fazer a avaliação e seleção dos fornecedores;
  • Negociar entre a empresa e os fornecedores;
  • Gerir de contratos com os mesmo;
  • Adquirir mercadorias, matérias-primas e serviços;
  • Garantir o transporte, toda a logística e receção de pedidos;
  • E por fim, avaliar o desempenho dos fornecedores e os resultados que trouxeram às operações.

Estratégias e vantagens do procurement 

A execução de tarefas de procurement visam auxiliar e otimizar o processo de compras e isso tem um impacto notório no desempenho organizacional. Entre as vantagens de aplicar dinâmicas de procurement estão as seguintes: 

  • Análise de necessidades internas: antes mesmo de avançar com a compra, é necessário um trabalho prévio de levantamento e análise de necessidades internas. Nesta lógica, a utilização de um WMS pode ser crucial para a etapa; 
  • Pesquisa de mercado: o profissional dedicado faz uma pesquisa de mercado, com o objetivo de salvaguardar os melhores interesses da empresa; 
  • Gestão de gastos: a área de procurement responsabiliza-se também pelo cumprimento de um orçamento estabelecido, garantindo o melhor aproveitamento dos suprimentos sem ferir a qualidade, reduzindo gastos e aumentando os lucros.
  • Registo de transações: deve ser feito um acompanhamento rigoroso das transações, e respectivas variações dos preços – que de resto são um fator de extrema importância neste início de ano 2023. A integração com uma gestão de stock adequada à realidade de cada empresa pode ser crucial neste ponto; 
  • Cumprimento de requisitos ambientais e sociais: como já tivemos oportunidade de abordar em vários momentos neste blog, as questões ambientais estão na ordem do dia e o procurement assume aqui um papel fundamental. Os profissionais da área deve privilegiar fornecedores que apliquem práticas de ESG como a utilização de matérias-primas recicláveis, o transporte em frotas renovadas ou a garantia de boas condições de trabalho aos seus funcionários;
  • Avaliação de fornecedores: idealmente a área de procurement deve levar a cabo uma análise ao desempenho dos seus fornecedores, avaliando se estes estão a cumprir com as expectativas estabelecidas; 
  • Consultoria jurídica: outra das valências do procurement está relacionada com o suporte jurídico das relações comerciais, nomeadamente com a elaboração e acompanhamento dos contratos com fornecedores; 
  • Uniformização de processos: reconhecer os processos e padronizá-los de forma a minimizar custos, salvaguardando sempre a eficiência e produtividade das operações é também uma responsabilidade inerente às equipas de procurement. 

E-procurement, a variação digital

A variação digital do procurement é batizada de e-procurement e representa, segundo a Supply Chain Magazine “a automação de todas as etapas necessárias para as compras B2B. É  muito mais abrangente que o e-commerce, pois não se limita a compra e venda de produtos ou serviços num endereço electrónico, vai desde a pesquisa de fornecedores até à compra. Comummente têm acesso a recursos de e-sourcing e permitem procurar e escolher fornecedores, enquanto soluções de e-learning ensinam os clientes a manusear antes de comprar, enquanto os ERPs são mais abrangentes, mas menos focados.”

A gestão e otimização de compras na perspetiva do procurement, é uma das tarefas mais críticas em toda a cadeia de abastecimento. Trata-se mesmo da chave para operações bem sucedidas. 

Os operadores logísticos, além de responderem muitas vezes a equipas de procurement de empresas clientes, têm eles próprios nas suas atividades uma área dedicada. Junte-se à APOL como associado e beneficie de apoio e trocas de experiências sobre estas dinâmicas que tantas vantagens trazem às operações. 

Referências bibliográficas:
Interlake Mecalux, Procurement in logistics: the key to efficient service, 2021. Acedido em 27 de Fevereiro de 2023. 
Primavera, Procurement, um papel de relevo na gestão logística, 2020 Acedido em 27 de Fevereiro de 2023. 
Supporte Logística, Procurement o setor que vai além das compras, 2019. Acedido em 27  de Fevereiro de 2023. Supply Chain Magazine, E-Procurement, o que é? 2018. Acedido em 27  de Fevereiro de 2023.

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