Bloqueio no mar vermelho: impacto na logística

Desde os últimos dias de 2023 até à data que o Canal do Suez no Mar Vermelho está sob pressão pelos ataques dos rebeldes Houthis, no Iémen. Registaram-se alguns ataques a navios de carga que passavam no canal, por isso, a maioria das gigantes de transporte marítimo estão a cancelar a rota e a procurar alternativas. No entanto, esta é uma passagem crucial para a economia europeia e, por isso, os impactos já se começam a sentir.
Conheça neste artigo mais alguns detalhes sobre a situação e sobre o impacto que está a ter nas operações logísticas. 

Bloqueio inesperado e alternativas possíveis

A região do Médio Oriente está envolta em tensões geopolíticas há largas décadas. E o conflito em Gaza, que rebentou no início do ano passado, agravou a situação. No entanto, nada fazia prever o envolvimento do grupo Houthis, no sul da Península Arábica, perto da entrada do Mar Vermelho, pelo oceano Índico, através de ataques a navios de mercadorias. Pela grave ameaça à segurança dos navios e respetivas tripulações e cargas, os operadores estão a optar por desviar para a rota do Cabo da Boa Esperança, contornando o continente africano, apesar dos elevados custos. Esta é a alternativa mais imediata encontrada pelos operadores de transporte, mas cujas consequências já se fazem sentir na Europa.  

Os números que demonstram o impacto

  • 30% e 10%: comércio global e produtos petrolíferos transportados por via marítima, respetivamente, que são transportados nas águas do Canal do Suez. Estes são os números que demonstram claramente o abalo que esta situação está a provocar à escala europeia e mundial. 
  • 12 a 15: são os dias acrescentados à previsão de chegada das mercadorias, quando transportadas via Cabo da Boa Esperança, mais 4.000 milhas extra. 
  • 80%: é o aumento do custo de transporte entre Xangai e a Europa, por causa do redirecionamento de rota. 
  • 1.033,2 milhões de euros: valor das transações feitas via Mar Vermelho, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística portugês.

Fragilidade das cadeias exposta mais uma vez

Os últimos três anos foram de constrangimentos causados pela pandemia e num outro episódio de bloqueio do canal do Suez, mais breve e não relacionado com tensões geopolíticas, causado por um navio encalhado. As cadeias de abastecimento mundiais estavam a recuperar, no entanto, este imprevisto veio novamente abalar a estabilidade desejada. 

O diretor-geral do Institute of Export and International Trade, citado pelo The New York Times, alerta que, perante os preocupantes desenvolvimentos do bloqueio no Mar Vermelho, começamos a assistir ao “início da armamentização das cadeias de abastecimento globais”. Ou seja, de acordo com o representante, o valor das cadeias de abastecimento começa a ser utilizado em contextos de conflito.

Este é um cenário marcado por incerteza, sem resolução à vista para este bloqueio no Mar Vermelho. Os operadores devem precaver-se para o prolongamento da situação e procurar alternativas para diminuir os constrangimentos

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SupplyChain Magazine, Bloqueio no mar vermelho triplica preço dos transportes e atrasa entregas em portugal, 2023. Acedido a 17 de janeiro de 2024. 

Rangel, O impacto do bloqueio no Mar Vermelho na cadeia logística, 2023. Acedido em 17 de Janeiro de 2024. 

New York Times, Red Sea Attacks Leave Shipping Companies With Difficult Choices, 2023 Acedido em 17 de Janeiro de 2024.

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