
Conceitos relacionados com a comunidade e o contributo que a mesma pode ter para vários objetivos têm surgido em força nos últimos anos. Crowdfunding ou crowdsourcing são alguns dos mais conhecidos. No universo da logística, o crowdshipping ganhou relevância em alguns países especialmente no ano 2020, durante a pandemia. O crescimento abrupto do e-commerce obrigou a que muitas empresas procurassem outras alternativas para dar resposta à necessidade de entregas ao cliente final, na last mile. Em Portugal, houve uma tentativa de integração que acabou por se revelar mal sucedida e terminou no início de 2023. Neste artigo ficamos a conhecer mais sobre este modelo de entregas.
Como funciona?
Crowdshipping trata-se de um modelo colaborativo para entregas. Após a expedição de determinada encomenda, a empresa carrega numa plataforma a necessidade de entrega e os crowdshippers oferecem-se para as concretizar com base na sua localização e disponibilidade. Existe remuneração pelo serviço prestado e o valor pode variar de acordo com a distância da entrega, o tamanho da embalagem, a quantidade de entregas realizadas no dia e outros fatores, que variam de empresa para empresa.
A responsabilidade da entrega fica à responsabilidade do crowdshipper. Por isso, as empresas têm que encontrar forma de garantir a segurança do processo e evitar fraudes. Entre as várias soluções adotadas está o pagamento vinculado ao sucesso da entrega.
Benefícios do crowdshipping
A principal vantagem deste modelo de entregas colaborativo é a abrangência de localização. Com este modelo, é possível assegurar entregas em qualquer coordenada. Não menos importante é a flexibilidade de horários, sendo que neste modelo, a entrega pode ser feita até mais tarde, comparando com o horário de funcionamento dos serviços de entrega tradicionais ou até de pontos de pick up.
Experiência sem sucesso em Portugal
Entre o segundo semestre de 2020 e o início de 2023, a empresa de entregas colaborativas Shopopop testou a implementação deste modelo em Portugal. No entanto, a experiência não foi bem sucedida. Apesar de assentar numa lógica colaborativa, o serviço era, do ponto de vista do consumidor final, muito semelhante a outros prestadores de serviço de entregas. “Decidimos encerrar as nossas operações, uma vez que o mercado é demasiado pequeno e precisa de ser mais maduro na venda de alimentos em linha e na entrega ao domicílio. Apesar dos nossos esforços para estabelecer um negócio de sucesso, concluímos que a procura dos nossos serviços é insuficiente para sustentar as operações.”, declarou o diretor-geral e co-fundador da app à PC Guia.
A economia colaborativa representou 113 mil milhões de dólares, em todo o mundo, no ano 2021. Prevê-se, segundo a projeção do Statista, que em 2027 vai representar 600 mil milhões, com um crescimento anual de 32%.
Apesar de em Portugal a experiência não ter sido bem sucedida, é um método com provas dadas noutros países e com grandes empresas como a Amazon a integrá-lo na última milha.
Como vê a possibilidade deste método ganhar viabilidade em Portugal? Partilhe connosco a sua visão. Faça parte da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos onde se reúnem os principais players do setor. Torne-se associado!
Referências bibliográficas:
Distribuição Hoje, Entregas sem atrasos e no horário escolhido pelo seu cliente: o potencial do crowdshipping na última milha, 2022. Acedido em 26 de Setembro de 2023.
uMov.me, Crowdshipping: um guia sobre o assunto para iniciantes, 2023.. Acedido em 26 de Setembro de 2023.
PCGuia, Shopopop diz ‘adeus’, dois anos depois: «O mercado português precisa de ser mais maduro nas compras online de comida e entregas em casa», 2023. Acedido em 26 de Setembro de 2023.
Etiquetas
Mais notícias
Artigos Recentes
- Blockchain na Logística: Transparência e Segurança na Cadeia de Abastecimento
- Os Desafios da Logística Last Mile em Portugal
- O Impacto das Crises Geopolíticas na Logística e Comércio Global
- O Impacto do ‘Nearshoring’ na Logística Portuguesa: Oportunidades e Desafios
- Logística em 2025: Tendências e Estratégias para os Operadores Logísticos