No fluxo da cadeia de abastecimento, a primeira milha tem beneficiado de menos destaque do que a última milha. A verdade é que nos últimos anos, com a crescente importância do e-commerce e o desenvolvimento da tecnologia, essa última etapa antes da entrega ficou debaixo do escrutínio direto do consumidor final. No entanto, sem um princípio alinhado e otimizado, a etapa final pode ficar comprometida. Por essa razão, dedicamos este artigo a explorar a primeira milha, as operações que integra e como pode ser otimizada.
Contraste entre a primeira e última milha
As expectativas do cliente final obrigaram a um maior investimento na última milha. A entrega no dia seguinte e o acompanhamento da encomenda em tempo real só são possíveis graças à digitalização e simplificação de processos. Em muitos casos a otimização aconteceu também em armazéns e centros de distribuição, que estão agora mais preparados para dar uma resposta mais ágil e rápida. Desta forma, as empresas podem oferecer aos seus clientes total visibilidade na etapa final que antecede a entrega e isso tem impacto direto na satisfação.
Por outro lado, o modelo de logística inbound tem sido deixado de parte no que à otimização e digitalização diz respeito. Muitos dos procedimentos ainda estão enraizados nas últimas décadas, ainda dependentes de burocracias complexas impressas em papel.
No entanto, da perspetiva da distribuição, a primeira milha revela-se operacionalmente mais simples em comparação com a última, uma vez que envolve volumes maiores e – na sua maioria – mais uniformizados. A questão está na visibilidade: ainda que menos complexa, a primeira milha tem muito menos visibilidade na cadeia, o que se pode tornar problemático para a operação.
Estamos, por isso, perante uma cadeia de abastecimento, mas dois modelos fundamentalmente diferentes.
Operações que integram a primeira milha
Desde a entrada do pedido à expedição para o cliente, identifica-se uma série de operações que podem ser otimizadas e digitalizadas para melhorar a primeira milha:
- Picking: a preparação de pedidos pode representar cerca de 60% dos custos de armazém. A brevidade e brio nesta fase ditam todas as outras operações que sucedem.
- Embalagem: nesta fase, as unidades recolhidas são verificadas, o pedido é embalado, transferido para a área de expedição, a documentação relativa ao pedido é impressa para poder seguir o seu caminho até ao cliente final.
- Carregamento para transporte: após toda a preparação em armazém, o pedido é preparado para ser transportado e entregue dentro do prazo estipulado e em perfeitas condições.
Automatização para otimização
A digitalização e automatização são, na verdade, as únicas formas de otimização da primeira milha no contexto em que vivemos. Trocar a papelada por aplicações em dispostivos móveis é o primeiro passo para facilitar todos os processos inerentes e reduzir erros. Claro que a mudança não é apenas no suporte de informação, mas em toda a integração dos fluxos de comunicação entre os envolvidos. Assim, a visibilidade – tão necessária em toda a cadeia – torna-se mais efetiva desde o início de todas as operações. A utilização de um WMS pode ser crucial para atingir este objetivo.
Os benefícios de apostar na otimização da primeira milha são claros: redução de custos, redução de erros, redução de impacto ambiental. Após todos os focos terem sido direcionados para o final de linha, as primeiras operações da cadeia voltam a ter destaque. Com a digitalização e simplificação destes processos iniciais, é certo que é possível alcançar uma cadeia mais eficiente de ponta a ponta.
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Referências bibliográficas:
Mecalux, A primeira milha logística, o início de uma entrega bem-sucedida, 2022. Acedido em 7 de Junho de 2023.
Mercurygate, What Is First Mile In Logistics? Why Optimize It & How?, 2021. Acedido em 7 de Julho de 2023.
Supply Chain Digital, Driving Cost out of the First Mile, 2020. Acedido em 7 de Julho de 2023.
