Operadores logísticos portugueses estão a ser colocados à prova
O setor da logística está a enfrentar neste preciso momento vários desafios estruturais. Os operadores logísticos portugueses estão novamente numa autêntica prova de resiliência.
Após o desafio da pandemia, que foi ultrapassado com distinção, surgiram ao longo deste último ano um conjunto de questões que têm colocado à prova os vários operadores do setor.
Energia
A energia, seja eletricidade ou combustível, é uma parcela importantíssima na estrutura de custos dos operadores. Em casos em que se opera com temperatura controlada, a fatura pode chegar a representar 20% do total de gastos. Ainda que neste tema haja pouco a fazer, pela dependência internacional, a forma como se trata esta questão, do ponto de vista governamental, poderia facilitar algumas resoluções. Disso é exemplo a distinção dos operadores logísticos da indústria, no que respeita a apoios públicos. Ou a demora na aprovação pela DGEG para instalações de parque fotovoltaicos como unidades de produção para autoconsumo (UPAC) superiores a 1 Mwh. A APOL identifica, por isso, alguma incoerência no discurso em torno do tema da transição energética tão urgente para os operadores logísticos portugueses. É necessário, na questão da energia, agir de forma rápida e consistente.
Recursos Humanos
O setor da logística tem registado um forte crescimento e forte profissionalização. A par com a incorporação de tecnologia nas operações, está a geração de novos empregos. A automação, apesar de aliviar essa pressão no fim de linha, precisa de uma customização detalhada, o que implica um esforço adicional dos recursos já existentes. No que respeita a mão de obra especializada, o desequilíbrio ainda é notório: há mais procura do que oferta. Ainda que as universidades estejam a desempenhar um papel essencial nesse sentido, muitos profissionais acabam por sair para o estrangeiro.
A APOL que reforçar a sua ligação com as instituições de ensino superior, de forma a devolverem inputs sobre as necessidades do mercado para uma melhor adaptação dos planos curriculares. Esta pode ser uma solução crucial para o desenvolvimento e crescimento do setor logístico.
Sustentabilidade
Tema incontornável nos dias de hoje, seja pela crise energética sem precedentes que estamos a viver, seja pela pressão da sociedade. Os operadores logísticos portugueses têm estado à altura do desafio, pela sua reconhecida capacidade de criar sinergias. No entanto, a APOL entende que ainda há um longo percurso a fazer. Reconhece-se uma consciencialização geral sobre o tema, mas há desafios, relacionados com tecnologia, especificamente na mobilidade de veículos pesados ou na conveniência para o consumidor que dificultam a diminuição da pegada carbónica.
Digitalização
É inegável que a digitalização é benéfica para a cadeia de abastecimento. No entanto, o grande desafio que se coloca está relacionado com os elevados custos da implementação da tecnologia. Esses investimentos só fazem sentido quando aplicados numa lógica colaborativa, onde há ganhos de eficiência repartidos de forma geral.
Encarecimento de fretes internacionais
O comércio internacional foi fortemente afetado pela escassez de contentores e aumento do preço do frete. A par com as crises de matérias primas e de produção, verificou-se um de prazos de entrega e dos próprios equipamentos. Assistimos hoje a uma pressão inflacionista muito significativa que afeta a economia em geral.
Ação por parte do poder político
A APOL defende que nos desafios que os operadores logísticos portugueses, em especial os seus associados, enfrentam, urge uma ação por parte do poder político. Só dessa forma será possível permitir que o setor continue preparado para situações difíceis como as que vivemos. Espera-se que o poder político desenvolva o seu papel de facilitador do sector logístico e que este seja tratado com a relevância que merece. “Os operadores logísticos portugueses continuam a ser esquecidos em todas as medidas de apoio para os momentos difíceis que atravessam. Esta situação, a médio/longo prazo, se não forem adotadas políticas consistentes e que tornem o setor apelativo, irão ameaçar seriamente as cadeias de abastecimento”, alerta Vítor Figueiredo, Presidente do Conselho Diretivo da APOL.
Se está a enfrentar estes desafios na sua atividade logística, junte-se à APOL. Apoiamos os nossos associados no desenvolvimento das suas operações e na procura por soluções efetivas para os desafios. Torne-se associado!
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