Dados na logística: 6 canais que fazem parte do fluxo

Pessoa no centro de operações de logística

Quando se fala em dados na logística, é importante ter consciência do volume implícito. Trata-se de uma quantidade avassaladora de dados – estruturados e não estruturados – comummente conhecidos por big data. Estas informações permitem aos operadores capturar, integrar, armazenar e aproveitar dados da cadeia de abastecimento, para obter análises e, consequentemente, melhorias significativas nos processos. Mas quais são os canais que fazem parte deste fluxo de dados na logística? 

Email

O email é o canal mais democrático de todos, quer pela facilidade no acesso por qualquer tipo de empresa, quer pela natureza dos dados que por ali são partilhados.

Pode parecer, numa primeira análise, um canal arcaico mas a verdade é que continua a ser o mais funcional, mesmo para empresas que já adotaram tecnologia de ponta para o tratamento de big data. Basta pensar nos dados que são trocados por colaboradores via email e que podem ser tão ou mais valiosos que aqueles que são transmitidos de forma automática entre dispositivos integrados. E mesmo estes últimos podem ser partilhados através de email, apenas com um link de acesso, por exemplo.

Dispositivos Internet of Things (IoT)

Os dispositivos IOT são um dos maiores aliados das redes logísticas tecnologicamente avançadas. A integração destes mecanismos permitem melhorias instantâneas e contínuas nas várias fases da cadeia, impactando resultados tanto nos operadores, como a montante e a jusante da rede em que estão envolvidos.
O investimento neste tipo de dispositivos pode ser avultado, também pode ser rapidamente recuperado, se forem corretamente implementados. O ideal é que sejam integrados de forma conjunta. No entanto, é possível adotar um tipo de dispositivo de cada vez e ir complexificando a rede. De forma individual, é possível reconhecer, por exemplo, as vantagens de adotar drones na gestão de armazéns.
Os dispositivos IoT agora podem ser usados, por exemplo, ​​para rastrear a localização e as condições das mercadorias em tempo real. Além disso, podem partilhar automaticamente essas informações não apenas entre si, mas com um software de processamento de dados centralizado.

Transportation Management System (TMS)

Um Sistema de Gestão de Transporte é normalmente usado para planear, gerir e avaliar a movimentação física de mercadorias. Geralmente, as soluções TMS são integradas com sistemas mais abrangentes e podem ser usadas também em conjunto com dispositivos IoT.
A principal vantagem de um TMS é que ele permite às pequenas e médias empresas o acesso a um tipo de funcionalidade de logística avançada que antes era reservada apenas a grandes empresas. Agora que vivemos um momento em que os custos logísticos estão aumentar, um sistema TMS pode permitir que empresas menores reduzam custos, nessa fase específica do processo.

Interface de programação de Aplicações (API)

No topo da sofisticação da troca de dados nas redes logísticas contemporâneas estão as APIs. De forma sucinta, a API é a possibilidade personalizada de uma aplicação de logística enviar, receber e transferir informações com outras aplicações da cadeia de abastecimento, com pouca ou nenhuma interferência humana.
Por serem feitas à medida para o software e hardware das empresas, na maioria dos casos, as APIs são uma maneira muito mais rápida de trocar dados. A transmissão de dados também é mais segura, porque são utilizadas ferramentas automatizadas de recolha e análise de dados para minimizar o erro humano.
Por outro lado, estes são sistemas complexos na sua criação, mas também na sua gestão. Além de envolverem algum investimento para o seu desenvolvimento, podem também exigir conhecimentos mais técnicos para a sua gestão diária. 

Electronic Data Interchange (EDI)

O Intercâmbio eletrónico de dados (EDI) pode ser pensado como um ponto intermédio entre uma API e um TMS. As APIs normalmente dependem de formas personalizadas de troca de dados entre organizações, o EDI usa um padrão definido para transferir informações entre os operadores da cadeia de abastecimento. Tal como as APIs, o EDI é usado para muitos tipos diferentes de dados de logística.

Blockchain, que garante segurança e conformidade integradas

A tecnologia Blockchain, embora tenha surgido há pouco mais de uma década no contexto muito específico das criptomoedas, é uma das mais relevantes no que respeita ao fluxo de dados na logística. 

A Blockchain é uma base de dados compartilhada onde são registadas transações e todas as informações a elas associadas, graças a complexos processos de computação que permitem armazenar e organizar a informação. Nas cadeias de abastecimento isto revela-se particularmente interessante, dada a complexidade de cooperação entre operadores. Ali são registadas todas as transações que permitem que determinado produto chegue da sua origem ao destino final, imediatamente antes do consumo pelo cliente final. 

São vários os gigantes internacionais que adotam esta tecnologia, com as seguintes vantagens: 

  • Melhoria da transparência a rastreabilidade ao longo da cadeia; 
  • Garantia de segurança e autenticidade de documentação; 
  • Redução da complexidade no processo logístico; 
  • Melhoria da eficiência das operações logísticas.

O recurso à Blockchain faz cada vez mais sentido numa perspetiva global das cadeias de abastecimento, em que os operadores apostam cada vez mais na colaboração com parceiros e procuram a redução de custos e maior visibilidade sobre os produtos. 

A segurança, velocidade e eficiência da transmissão de dados é um dos fatores mais importantes numa rede logística eficaz. Por isso, é crucial conhecer e dominar os canais pelos quais circulam os dados na logística, quer em redes internas, quer em redes externas. Desta forma, é possível garantir questões como a proteção de dados e ao mesmo tempo potenciá-los em benefício do negócio e de outros valores, como o da sustentabilidade. 

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Referências bibliográficas:

Supply Chain Brain,  Five Ways Data Moves Through a Logistics Network, 2022. Acedido em 9 de Junho de 2022. 
uMov.Me, Logística orientada a dados: como potencializar resultados com inteligência, 2021. Acedido em 9 de Junho de 2022. 
TPC B.log, Logística data driven: saiba o que é e como aplicá-la no processo logístico, 2021. Acedido em 9 de Junho de 2022. 
Supply Chain Magazine, O Impacto dos Dados na Logística, 2019. Acedido em 9 de Junho de 2022.
PwC, Blockchain in Logistics, 2020. Acedido em 27 de Junho de 2022. 
Rangel, Blockchain na logística: conheça as vantagens e aplicações, 2022. Acedido em 27 de Junho de 2022. 

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