3 passos para contornar constrangimentos na cadeia de abastecimento

Imagems ilustrativa do artigo, com 3 paletes de madeira com o texto 2022 Supply Chain Challenges

Os constrangimentos na cadeia de abastecimento que se fazem sentir são ainda fruto da pandemia de Covid-19 que atingiu o mundo há dois anos. Mas outros fatores de instabilidade entraram recentemente na equação e destabilizaram ainda mais os setores que já davam alguns sinais de recuperação. O rebentar de um conflito armado no leste da Europa veio impactar novamente no desenvolvimento normal das cadeias de abastecimento. O aumento para valores históricos do preço do barril de petróleo – que afeta brutalmente os custos de distribuição, assim como a escassez de matérias-primas nas mais diversas indústrias, estão a causar perturbações imprevisíveis em toda a atividade económica mundial. 

Nenhuma outra indústria voltou à mesma configuração pré-pandemia. Apesar do reconhecido empenho dos operadores logísticos nos últimos anos, o conflito na Ucrânia apresenta-se como uma nova crise também para a atividade logística. O portal Supply Chain Brain sugere três passos gerais e fundamentais para contornar constrangimentos na cadeia de abastecimento. Estabilização, digitalização e olhar no futuro. Conheça estas três recomendações ao detalhe e de que forma as pode aplicar na sua atividade.

Estabilizar em momentos de crise

O primeiro passo é estabilizar e resolver a crise em causa. Analisar as áreas onde decorre a maior destabilização e medir, dentro do possível, os danos ​​a curto e longo prazo. 

A par desta análise, é sugerido que se tomem as seguintes ações: 

  • Medir, com recurso a dados, as vulnerabilidades na cadeia de abastecimento; 
  • Dar prioridade a produtos de maior valor (em lucro ou em importância estratégica); 
  • Investir na descentralização, diversificando as relações com fornecedores, clientes e parceiros por vários locais geográficos – diminuindo assim a dependência e aumentando a liberdade negocial;
  • Procurar alternativas onshore – uma estratégia local apresenta-se como uma forma de contornar constrangimentos globais, ao contrário das tendências das últimas décadas.

Digitalizar as operações

A digitalização de operações é cada vez mais visto como um ponto de viragem para as cadeias de abastecimento. Mais do que isso: um ponto sem retorno, para o crescimento dos operadores. Depois de assegurado o ponto 1 da estabilização da crise, a digitalização é o primeiro passo para a prevenção de futuros constrangimentos na cadeia de abastecimento, mas também de otimizações refletidas no curto prazo.

Melhorar a precisão de tarefas, prever e evitar escassez de mão de obra ou mesmo de matéria prima são algumas das inúmeras mais-valias que a Inteligência Artificial pode trazer às cadeiras de abastecimento. No entanto, tem-se revelado crucial manter a supervisão humana, uma vez que a automação total pode causar resultados indesejados e perigosos. 

Olhar para o futuro e antever constrangimentos na cadeia de abastecimento

Por último: a imperativa visão a médio e longo prazo. Neste ponto, as ações sugeridas são menos operacionais e mais estratégicas. Trata-se de pensar e implementar estratégias que permitam minimizar futuras crises e permitir a sua resolução mais rápida e eficaz: 

  • Constituição de uma equipa de operações globais que monitorize transversalmente e melhore os processos da cadeia de suprimentos; 
  • Monitorização e atualização de modelos de Inteligência Artificial, ajustados sempre à realidade atual, para evitar volatilidades extremas nos preços de commodities; 
  • Construção proativa de redes de distribuição secundárias ou terciárias “inteligentes”; 
  • Estabelecimento de planos de contingência atualizados periodicamente, com novas e melhoradas formas de gestão de riscos – adaptadas à realidade de cada operador específico. 

A reação apresenta-se cada vez mais como a melhor estratégia perante os constrangimentos na cadeia de abastecimento. A capacidade de adaptação e a célere e fundamentada tomada de decisões revela-se crucial para que os operadores ultrapassem as dificuldades de forma bem sucedida.

A associação a entidades como a APOL reforça também a capacidade de resposta dos operadores a estes momentos desafiantes, graças à partilha de conhecimento e apoio no desenvolvimento das suas operações. Junte-se à APOL, torne-se associado.

Referências bibliográficas:

Supply Chain Brain, Three Stages of Overcoming Supply Chain Disruption, 2021. Acedido em 7 de Março de 2022. 

Jornal Económico, “Crise nas cadeias de logística tem tido particular impacto em alguns sectores estratégicos”, 2021. Acedido em 7 de Março de 2022. Rangel, Constrangimentos na cadeia de abastecimento: para quando o fim?, 2022 Acedido em 7 de Março de 2022.

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