Como minimizar o impacto do congestionamento portuário na cadeia de abastecimento?

Como minimizar o impacto do congestionamento portuário na supply chain?

O fluxo do comércio marítimo conhece, desde o início da pandemia, um crescente e preocupante congestionamento portuário. Um pouco por todo o mundo, vários portos enfrentaram surtos de Covid-19 e a acumulação de contentores, provocando um escalar dos tempos de espera e, em alguns casos, filas de espera de semanas. Disso é exemplo, Shenzhen, no sul da China, um dos maiores portos do mundo, que no início do ano 2022 enfrentou novamente um surto do vírus que assola o mundo há mais de dois anos. A autoridade portuária responsável viu-se obrigada a permitir a chegada de contentores apenas três dias antes da escala dos navios, dada a dimensão da fila de navios em espera para serem operados no porto.

Este congestionamento portuário impacta drasticamente as cadeias de abastecimento um pouco por todo o mundo, uma vez que o transporte marítimo representa mais de 80% do comércio global. Não havendo previsão concreta para a melhoria desta situação, de que forma podem os operadores minimizar o impacto do congestionamento portuário na cadeia de abastecimento? O portal Supply Chain Brain sugere algumas estratégias. 

Aumentar a visibilidade da cadeia de abastecimento

Conhecer a cadeia de abastecimento em todas as suas fases e a operação de todos os parceiros é crucial para ter mais controlo e ajustar dinâmicas em momentos críticos. Perante uma situação de congestionamento portuário, os operadores devem conhecer as repercussões que esse constrangimento causa a montante e a jusante, de forma a atuarem rápida e assertivamente.

Identificar opções de redirecionamento

Nem todos os portos enfrentam congestionamentos extremos e, por isso, podem ser usados ​​como alternativas. Durante os picos da pandemia, em que o transporte marítimo foi muito afetado, o transporte ferroviário afirmou-se como uma alternativa bem-sucedida. Assim, a identificação de plataformas intermodais nas proximidades pode ser um passo estratégico para solucionar o problema.

No entanto, os especialistas alertam para o facto de nem todos os portos estarem em zonas de mar profundo – por isso, antes de avançar com o desvio é necessário garantir todas as condições para uma navegação em segurança. Da mesma forma, pode ser prudente calcular os custos associados a novas rotas, para garantir que a solução não colocará a operação num prejuízo mais avultado do que aquele que é provocado pelo atraso no porto.

Definir orientações para transporte de emergência

O congestionamento portuário representa – em muitos casos – o início de uma bola de neve que termina num disparar de custos logísticos. Mas mais do que isso, na interrupção de produção ou na perda de vendas para as empresas: algo que todos querem evitar. Por isso, além do redirecionamento, pode ser interessante identificar transportes de substituição. Perante possíveis atrasos, a capacidade de pré-reservar transportes de emergência em meios alternativos (aéreos ou terrestres) ajudou muitas empresas a evitar custos surpresa durante a pandemia.

Identificar parceiros alternativos

Por último, identificar parceiros alternativos pode ser outra das opções nesta procura por minimizar o impacto do congestionamento portuário na cadeia de abastecimento. Nesta linha, o portal Supply Chain Brain refere que o abastecimento doméstico ou em países vizinhos tem vindo a aumentar, uma vez que permite a utilização de outros meios, como o ferroviário. No entanto, segundo uma investigação da McKinsey, citada pelo portal, apenas 26% do comércio global pode mudar para outros países. 

A previsão é de que este congestionamento portuário sentido mundialmente se mantenha até, pelo menos, 2023. No entanto, a instabilidade causada pelo conflito na Ucrânia desde o final do primeiro trimestre do ano pode ditar novos desenvolvimentos. Paralelamente, fatores como a inflação e capacidade de produção têm impacto na relação oferta-procura. 
Se o congestionamento portuário afeta as suas operações, mantenha-se informado e preparado para possíveis agravamentos. Os associados da APOL beneficiam da partilha de conhecimento e de informações atualizadas sobre este e outros temas que afetam as operações logísticas de empresas portuguesas. Junte-se a nós, torne-se associado

Referências bibliográficas:

Supply Chain Brain, How to Ease the Impact of Port Congestion on Your Supply Chain, 2021. Acedido em 25 de Março de 2022. 
Mckinsey&Company, Risk, resilience, and rebalancing in global value chains, 2020. Acedido em 25 de Março de 2022. Revista Cargo, Pandemia adensa congestionamentos nos portos de todo o mundo, 2022 Acedido em 25 de Março de 2022.

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